segunda-feira, 30 de março de 2009



O ponto é o elemento básico de representação. A partir dele, todos os outros elementos gráficos e visuais poderão ser representados, construídos e estudados.
Não deveremos; no entanto, concluir que o ponto deve ser unicamente considerado como unidade básica, sem qualquer identidade, fazendo parte de um conjunto, que dá origem a uma forma visual, bidimensional ou tridimensional.
O ponto como elemento visual de características próprias tem de ser considerado e tratado de uma forma tão importante como uma recta, um círculo, um cubo ou uma superfície com cor.
O ponto, apesar de ser um elemento visual básico, pode adquirir diferentes personalidades e tipologias dando origem a inúmeras combinações e composições gráficas e visuais, de forma a obtermos resultados, muitas das vezes surpreendentes e originais.
O PONTO NA REPRESENTAÇÃO
O ponto é considerado, geralmente, como o elemento visual que dá origem á linha. No entanto, tomando em consideração a abstracção que muitas vezes utilizamos na linguagem visual, deveremos considerar o ponto como uma "imagem" plástica com todas as potencialidades para representar uma determinada realidade.
O PONTO NA ESTRUTURA DA FORMA
A relação entre a forma e o ponto deve ser pensada de acordo com as circunstâncias em que ambas são observadas. Assim, quando um determinado objecto é observado a uma longa distância, pode ser percebido como um ponto, sem nunca deixar de ser interpretado numa representação como esse mesmo objecto. No entanto, se organizarmos um conjunto de pontos de uma determinada maneira, podemos obter a configuração de um objecto, sem nunca esquecermos que são os pontos que dão forma a esse objecto e sem recorrermos a outro tipo de elementos visuais, tais como a linha e o plano.
O ponto quando adquire um valor próprio e autónomo pode dar origem a uma forma ou representação que habitualmente se obtém através de outros elementos visuais: a linha, o plano, o volume, a textura e a cor.
O ponto, numa composição formal, pode ser representado conjuntamente com outros elementos visuais. Por exemplo, se associarmos o ponto com a linha, o plano, o volume, a textura ou a cor podemos obter resultados tão variados quanto os desejados.
Quanto maior for a variedade de combinações entre os dife­rentes elementos visuais, maiores serão as possibilidades de concretizarmos os objectivos que queremos atingir com a composição formal pretendida.
Existem determinados resultados formais que só são obtidos com a utilização do ponto associado a outros elementos visuais: o plano, a linha, a cor ou a textura.
O ponto pode e deve ser considerado como um elemento visual tão importante como a linha ou a cor, na representação da realidade ou na criação artística plástica e formal.
Não devemos, portanto, menosprezar as qualidades da repre­sentação do ponto e por vezes até a vantagem da sua utili­zação em algumas situações.
É a partir da qualidade visual do ponto, enquanto elemento gráfico independente e autónomo, e da sua relação com outros pontos ou formas diferentes, que se obtêm composições e representações gráficas com qualidade visual, expressivas e organizadas.
OS VALORES DO PONTO
O ponto como elemento visual autónomo pode ser estudado e analisado segundo diferentes aspectos: tamanho, forma, quantidade, agrupamento e ordenação.
Estes diferentes aspectos do ponto devem ser conhecidos como valores porque, quando o ponto toma determinado aspecto, adquire uma qualidade própria, que vai servir para ser melhor utilizado na representação que vamos realizar.
O tamanho do ponto e a sua forma, a quantidade de pontos e o seu agrupamento ou ordenação, são factores a ter em conta quando pretendemos realizar uma composição formal baseada na utilização do ponto.
Quando representamos o ponto utilizando os seus diferentes valores vamos, não só, enriquecer a composição formal, como também, aumentar a nossa capacidade de representação e criatividade.
Tamanho – O ponto, quanto ao tamanho, poderá ser grande, médio ou pequeno de acordo com a sua relação entre outros pontos ou outras formas representadas na mesma composição.
Forma – O ponto pode adquirir diferentes tipos de formas de acordo com o tipo de representação escolhida e compo­sição gráfica final pretendida. O ponto pode ter uma forma regular, irregular, geométrica, livre, cheia ou vazia.
Quantidade - O ponto poderá ser representado isolado ou agrupado com outros pontos, independentemente dos seus tamanhos.
Agrupamento - O ponto pode ser representado, quando em conjunto com outros pontos, de uma forma ordenada ou ao acaso, independentemente dos seus tamanhos.
Ordenação - Quando os pontos se encontram ordenados num conjunto, poderão ser representados dando origem a uma composição dispersa, concentrada ou saturada, independentemente dos seus tamanhos.
Se associarmos à representação dos diferentes valores do ponto a cor, encontramo-nos perante uma infinidade de possibilidades para a representação e registo de realidades formas e objectos, cuja variedade, complexidade e expres­sividade só depende de nós próprios.

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